Passeio Público de Curitiba |

Depois de muito tempo, anos, este domingo que passou resolvi dar uma volta pelo Passeio Público de Curitiba. Uma volta a muitos passados, cada um em seu tempo. Desde criança, quando meu pai me levava até lá para ver leões, tigres, serpentes e cobras, passando pela década de 80, onde o Lá no Pasquale, restaurante que por anos funcionou ali dentro, virou um point de agito na cidade e eu tocava por lá de terça à sexta pela noite e sábado e domingo na hora do almoço. Acho que não existe curitibano que não tenha alguma história em que o Passeio Público foi o cenário.

Criado por Alfredo EscragnolleTaunay, quando presidente da Província do Paraná, e inaugurado em 1886, o Passeio Público, o mais antigo parque de Curitiba, nasceu da drenagem de um terreno pantanoso. 

A partir de sua inauguração, tornou-se o mais tradicional ponto de encontro dos curitibanos, cumprindo integralmente a sua finalidade. Em 2 de julho de 1887 na sua área foram inaugurados 8 lampiões a gasolina, mais tarde aumentados para 17, doados pelo comércio e a indústria da cidade. A 19 de dezembro de 1887, ali brilhou, pela primeira vez na noite curitibana, a lâmpada incandescente de luz elétrica, em concorrida demonstração realizada pelo alemão Schewing que, auxiliado pelo engenheiro Lazzarinni, um dos construtores da Catedral, instalou um gerador para informar a Província do mais novo prodígio da ciência moderna. 

Além de mais antigo, o Passeio Público é o parque mais central de Curitiba, com implantação e equipamentos em torno do verde de diversas espécies nativas e exóticas. O espaço, de destacada beleza, une tradição e modernidade, harmonicamente.  

Chegou a ser conhecido como Jardim Botânico e foi também o primeiro zoológico da cidade. Desde 1982 abriga os pequenos animais que permaneceram, quando os recintos da maioria das espécies foram transferidos para o Zoológico Municipal de Curitiba, bem mais amplo.  

Os portões da sua entrada principal, pela Carlos Cavalcanti, são originais e históricos, inspirados no portão do Cemitério de Cães de Paris, que é exemplo universal de amor e respeito aos animais.  

Apesar de ter sido reformulado faz pouco tempo, não tem como não sentir a falta do Lá no Pasquale com sua feijoada de sábado e as porções regadas a muitas cervejas e amigos, sentado nas mesas ao lado do lago. Também não tem como esquecer os pedalinhos nem as Maçãs do Amor que faziam a festa das crianças.

O Passeio passou por várias transformações ao longo do tempo, como a da década de 70: com a concretagem do lago e a canalização do Rio Belém, na Rua Ivo Leão, o lago até hoje é alimentado por água de poços artesianos.  

 A maior intervenção depois de décadas ocorreu em 2019, com sua repaginação total. Ficou mais aberto, ganhando nova praça, mais variedade de plantas, muitas flores – e até um palco flutuante, para apresentações e espetáculos especiais, como na época do Natal.

As crianças com necessidades especiais são bem acolhidas no Passeio Público, acompanhando a visita de seus pais ou responsáveis, além de desfrutarem da paisagem, dispõem de um playground com todos os brinquedos adaptados, que podem aproveitar com segurança. Foi o primeiro a ser instalado em parques da cidade.  

Olhando com atenção o visitante vai descobrir um ‘caminho de colmeias de abelhas sem ferrão’, formado espontaneamente, na vegetação. Em oito árvores vivem colônias das espécies jataí (7)  e boca-de-sapo (1), que não atacam nem ferroam as pessoas. Cada uma delas está sinalizada com plaquinha do leitor QR Code, que leva o interessado para as informações sobre o programa Jardins de Mel, da Prefeitura, no qual foram incluídas. As colmeias naturais ficam nas proximidades de uma casinha de abelhas guaraipo, instalação tradicional do programa, que já se espalha por quase outros 60 espaços públicos, inclusive escolas. Como não representam perigo, estas e outras espécies são usadas também na educação ambiental de crianças e jovens curitibanos. 

A tecnologia também é aplicada a uma versão do tradicional equipamento de espaços públicos brasileiros: o coreto. Neste caso, um Coreto Digital, com programação diversificada e variável mês a mês. São exibidos, entre outros, vídeos-exposições artísticas, vídeo clips de gêneros musicais diversos (erudito, popular), de espetáculos de dança, teatro, contação de histórias – e ainda gravações de bandas locais. 

Voltar ao Passeio Público depois de tantos anos foi uma coisa fantástica. Atravessar a Ponte Pêncil e subir pela Ponte de Pedra foi voltar a uma infância onde um de meus passeios preferidos era ir até lá com meu pai. Foi sentir diversos tipos de saudades. É um passeio que deve sempre ser repetido.

Fonte: Site da Prefeitura de Curitiba

Horário de funcionamento: Terça-feira a domingo, das 6h às 20h  
Telefones: (41) 3350-9940 

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